O Seleccionador Nacional de Futebol, Chiquinho Conde, foi ontem homenageado pelo Conselho Municipal da Beira (CMB), em reconhecimento ao seu percurso como atleta e treinador.
A iniciativa enquadrou-se nas comemorações dos 117 anos da Cidade da Beira, assinalados ontem, 20 de Agosto.
Chiquinho Conde disse que é um reconhecimento de uma cidade que o viu nascer e sente que dignificou o país, a família e a cidade da Beira além-fronteiras.
Para o técnico, as homenagens não se exigem, acontece com naturalidade. “Quero congratular essa iniciativa, sinto-me lisonjeado pelo gesto. É sinónimo de que nós, beirenses, sabemos reconhecer o quão gratificante é quando se trabalha arduamente em prol da comunidade”, disse o técnico.
Acrescentou que está extremamente grato porque algumas pessoas não o conhecem, mas juntaram-se e o ajudaram a criar e formatar tudo que conquistou.
Revelou que foi uma criança que teve um sonho e quando menor sempre ia à baixa da cidade e via nas vitrinas panfletos e cartazes com jogadores da Liga Portuguesa.
“Olhava para os jogadores do Sporting e Benfica e dizia: um dia vou chegar lá. Felizmente aos 29 anos realizei o meu sonho de jogar no Sporting Clube de Portugal”, contou.
Fez saber que realizou o sonho do seu pai e de todos, que quando chega a Maputo, e principalmente à Beira, “o apoio que me dão é enorme. É uma pena que não haja um estádio na Beira com capacidade para receber os “Mambas”, porque o público beirense é maravilhoso e com o seu apoio conseguiríamos ganhar mais jogos”.
Por outro lado, falou sobre a renovação contratual e referiu que está a seguir os seus trâmites normais e a breve trecho concluir-se-á.
“Como qualquer negociação, há sempre divergências em algumas situações, mas como homem de futebol gosto de falar de futebol, foi isso que me trouxe aqui e espero que se resolve o mais cedo possível”, afirmou.
Quanto aos dois jogos que se avizinham com Mali e Guiné-Bissau, integrados no apuramento ao CAN-2025, o técnico afirmou que tem uma estrutura técnica que trabalha arduamente para observação, “e claro que são adversários fortes, o Mali é cabeça-de-série, tem jogadores fantásticos que jogam no estrangeiro e não vai ser tarefa fácil”.
Segundo o treinador, em todas as campanhas tem sido pragmático porque “cautelas e caldo de galinha não fazem mal a ninguém” e “devemos respeitar todos os adversários”.
Deu o favoritismo ao Mali, frisando, no entanto, que “as camisolas não ganham jogos e os jogadores devem respeitar sempre os adversários, trabalhando arduamente”.
Por seu turno, o presidente do CMB, Albano Carige, referiu que na Beira se faz a vontade dos beirenses e foram os munícipes que o pediram a singela homenagem ao treinador.
Segundo o Albano Carige, Chiquinho Conde, mesmo fora da Beira, demonstra a garra do beirense na promoção do seu país.
Foram ainda entregues prémios aos vencedores de torneios em várias modalidades desportivas que decorreram alusivo às festividades.