A Selecção Nacional de Hóquei em Patins averbou, ontem, a primeira derrota (3-5) no “Mundial” (Taça Challenger), numa partida de grau de dificuldade elevada diante do Uruguai, a contar para a terceira jornada do Grupo “A”.
Já era expectável que o combinado nacional, que neste Campeonato do Mundo em Novara, Itália, actua sem um jogador luso descendente (não acontecia desde Macau-1998 estreia do guarda-redes Nuno Adrião). Conta apenas com jogadores nascidos e formados no país.
Mesmo assim, atendendo ao favoritismo dos sul-americanos, mais pela experiência do que propriamente pela técnica, os hoquistas moçambicanos deram tudo, conforme prometeu Absalão Miquissene (Mafambinha) na antevisão da partida.
O jogo iniciou com as duas equipas em fase de estudo e a não quererem arriscar muito, mas foi o Uruguai que antes dos dez minutos passou para frente do marcador por intermédio de Martin Silva. Em desvantagem, Moçambique viu a situação piorar após Pedro Tivane Jr. ter visto um cartão azul e ser obrigado a ficar dois minutos no banco. Porém, Pau Esteller não foi eficaz e o 1-0 manteve-se, tendo a equipa nacional ganho confiança e beneficiado também, a oito minutos do fim, de um livre directo a que Pedro Pimentel Jr. não transformou em golo. Foi a um minuto para o intervalo que Tivane Jr. tirou da cartola uma daquelas jogadas individuais para mais tarde recordar até atirar para o fundo da baliza, fazendo uso da sua forte stickada.
A partida chegou ao intervalo empatada a uma bola e estava tudo em aberto para a etapa complementar, mas pode-se dizer que Moçambique deitou tudo a perder com uma entrada em falso. Num espaço de três minutos (21, 20 e 18) sofreu três golos que vieram tornar a missão muito complicada. Mas mesmo assim, não deixou de correr atrás do resultado e a 12 minutos do fim e com muito tempo para jogar, Tivane Jr. atirou mais um míssil que só foi explodir na redes sul-americanas. Contudo, o ambiente voltou a ficar azedo para a selecção quando no minuto seguinte o Uruguai fez o 5-2. Apesar de haver ainda dez minutos para jogar já começavam a faltar pernas aos moçambicanos, que ainda tinham que se recompor da lesão de Pedro Pimentel Jr. Como já é característico nos hoquistas nacionais bateram-se até ao fim e o marcador de serviço Absalão Miquissene iria apontar o seu golo, o quinto na conta pessoal, reduzindo para 5-3. Com cinco minutos para o apito final veio o último sprint, mas o resultado não iria se alterar.
Moçambique averba uma derrota que faz com que passe a depender de terceiros para terminar em primeiro e estar na final da Taça Challenger no sábado. Para já tem de vencer Israel hoje, às 10.00 horas, e esperar que o Uruguai perca nos próximos dois embates. Amanhã, a turma nacional termina a sua participação na fase de grupos defrontando a Nova Zelândia.
Neste momento, Israel, que goleou o México por 9-0, lidera com nove pontos, os mesmos que o Uruguai. Moçambique segue em terceiro com seis.