SÉRGIO MACUÁCUA, em Brazzaville
Perder para depois…festejar. Foi o que aconteceu na tarde de ontem, em Brazzaville, com a Black Bulls, que após perder (1-2) frente ao AS Otohô d’Oyo saiu do estádio a festejar o apuramento à fase de grupos da Taça CAF. O deslize da capital congolesa ficou indelevelmente abafado pelo triunfo (1-0) conseguido na primeira “mão” da eliminatória, no Tchumene. Com um agregado de 2-2, os “touros” passaram com a regra de golo fora.
No Estádio Alphonse Massamba-Débat, a Black Bulls teve vida dura durante os 90 minutos.
Aliás, com a desvantagem trazida de Maputo, os congoleses viram-se obrigados a entrar com os canos virados ao ataque, tendo cercado o meio-campo moçambicano nos primeiros 10 minutos.
A Black Bulls tinha dificuldades de assentar o seu jogo, colocando em prática o seu futebol dinâmico, ofensivo e deslumbrante.
À direita, Chamboco e Melque tinham imensas dificuldades para contrariar Metro Nganga e, sobretudo, Charles Atipo, que criavam muita mossa ao último reduto dos “touros”, com centros e remates.
À esquerda, Danilo denotava algumas dificuldades defensivas, sobretudo pelas costas, e num dos lances (14 min) deixou Bokouya isolado, pecando pelo remate frouxo facilmente detido por Ernan.
Com a bola a circular de forma lenta, com o relvado (sintético) aparentemente pesado, a Black Bulls optou, perante o ímpeto dos congoleses, sair em transições, com Danilo e Hammed a mexerem muito pela esquerda e em espaços entrelinhas, o que contrastava com a apatia da ala-direita, onde Melque mal conseguia atravessar a linha divisória e Victor, um dos avançados, mal encontrava espaços entre os latagões de Oyo.
Duas fugas de Atipo (18 e 20 min) revelaram-se perigosas para o último reduto moçambicano. No primeiro lance, o centro foi aliviado em esforço por Nené, e no segundo o congolês rematou ligeiramente por cima.
A essas alturas a Black Bulls atacava timidamente ou faltava-lhe algum critério sempre que chegava ao último terço do terreno. Aos 33 minutos, Kadre (que ontem estava em zonas mais recuadas) lançou Chamito em profundidade, que bateu Ndecket em velocidade e, já na área, rematou fraco para a defesa fácil de Simon Samba, que “roubou” titularidade a Mavoungou, que esteve entre os postes no Tchumene.
O AS Otohô respondeu de bola parada. Livre muito perto da área encostado à esquerda, com Mozeviko a atirar por cima. Foi também de livre que os “touros” responderam, com Martinho a encher o pé para a defesa atenta do guarda-redes da turma congolesa (45 min).
Aos 45+2, Atipo quase gelava as hostes moçambicanas num bom ensaio individual para uma defesa “in-extremis” de Ernan, que manteve o nulo até ao intervalo.