Foi no último suspiro, ou seja, aos 90+3 minutos que a Black Bulls conseguiu o empate (1-1) frente ao Al-Masry, do Egipto, na noite de ontem. Nené vestiu a capa de herói ao ir buscar o golo da igualdade lá no fundo da alma, naquele cabeceamento vitorioso, quando os egípcios se preparavam para festejar os três pontos e embalar em direcção aos quartos-de-final.
Entretanto, o jogo foi tudo menos fácil para o conjunto de Tchumene, que sofreu o golo logo no oitavo minuto.
Aliás, quando mais se esperava da Black Bulls, jogando em casa e vindo de uma derrota, eis que o conjunto de Tchumene voltou a entrar tímido e parco em ideias, como acontecera no Cairo.
Futebol lento, insosso e com sectores completamente desligados, uma postura dos “touros” que se calhar até surpreendeu o Al-Masry, que esperava muito de adversário que deu trabalho a Zamalek no Cairo e que jogava em casa.
Perante a apatia da equipa moçambicana, os “faraós” assumiram o protagonismo. Ou seja, fizeram o jogo que lhes interessava e, sem pisar muito no acelerador, cedo colheram frutos.
Mohamed Hussein aproveitou uma perda de bola de Martinho na esquerda para invadir a área moçambicana, tendo enganado Chamboco e Nené antes de fazer um remate cruzado que não deu hipóteses a Texeira, aos dez minutos, 0-1.
Grande golo no Zimpeto, um adiantamento precoce do Al-Masry que entrou mais esclarecido para o jogo, tendo, logo aos cinco minutos, ficado muito perto de inaugurar o activo por Deghmoum, num remate cruzado que roçou a barra da baliza de Teixeira, que ontem voltou a fazer a vez de Ernani.
Depois do 0-1, a Black Bulls, mesmo com muita vontade, mostrava incapacidade de resposta.
Elaborava com muita lentidão os ensaios ofensivos, o que fazia que as jogadas fossem facilmente abortadas pelo Al-Masry. O trio da frente, nomeadamente Hammed, Chamito e Ayuba, pouco incomodava os defesas egípcios, pelo que não havia trabalho para o guardião Ahmed.
Apenas de bola parada é que os “touros” estiveram perto da felicidade. Martinho cobrou do meio do meio-campo um livre directo com um tiro rasteiro à queima-roupa, mas Ahmed respondeu com uma enorme defesa.
Daí em diante não houve nenhuma jogada vistosa da equipa moçambicana, sendo que até ao intervalo foi o Al-Masry que ficou perto do 2-0, por Deghmoum, mas o desvio subtil de Nené adiou a festa dos egípcios.
Com o 1-0 foi-se ao intervalo.