Com 31 anos de idade, Leila Lúcia Moçambique emerge como uma das figuras mais proeminentes e talentosas do futebol feminino, representando não só um clube, mas toda uma nação que encontra na sua trajectória uma fonte de inspiração e orgulho.
Natural da província de Gaza, Leila fez história ao tornar-se na terceira jogadora do país a brilhar nos relvados europeus, um feito notável num cenário onde o futebol feminino ainda busca o merecido destaque. A sua jornada rumo à Europa teve início no Clube Desportivo Cocoricó (CDC) da Beira, onde o seu talento inegável captou a atenção e abriu portas para oportunidades inimagináveis.
Em solo europeu, Leila encontrou no Atlético Ouriense, em Portugal, uma plataforma para o seu desenvolvimento, antes de dar salto para o Boldklubben af 1893 (B.93 Copenhagen), na Dinamarca, onde viveu quatro anos intensos, repletos de desafios e conquistas colectivas que elevaram o seu nome ao patamar de destaque internacional.
“Foram momentos marcantes vividos na Dinamarca, tive conquistas colectivas com o clube e qualificámos para a liga-mãe daquele país. Liga essa que dá acesso à Liga dos Campeões”, regozija-se Leila .
No entanto, nem toda a jornada foi marcada por glórias. Enquanto estava em Portugal, foi confrontada com actos de discriminação racial, uma experiência dolorosa que, em vez de a enfraquecer, fortaleceu a sua determinação e a tornou uma voz firme na luta contra o preconceito no desporto.
Recentemente laureada como a melhor jogadora moçambicana no estrangeiro em 2023, na prestigiada FMF Awards Gala de Futebol, Leila é um exemplo vivo de resiliência e do talento que caracterizam os grandes atletas. Ao lado das suas conterrâneas Lónika Vasco e Ninica Cuta, que brilham na Bielorrússia, ela forma um trio de sucesso que coloca Moçambique no mapa do futebol feminino mundial.