O início de trabalhos referentes à presente época futebolística pode estar em risco para o Desportivo da Matola, clube que regressa este ano ao Moçambola 20 anos depois, por conta de salários em atraso. Fontes próximas do clube apontam para quatro meses de salários em atraso, ou seja, jogadores e equipa técnica não recebem os seus ordenados desde Setembro último.
Para além de salários, fala-se da falta de pagamentos de prémios de jogos, situação que está a gerar descontentamento nos atletas e na equipa técnica, depois de uma época de conquistas, com destaque para o Campeonato Provincial de Maputo e da “Poule” de Apuramento ao Moçambola-2025 ao nível da Zona Sul.
Confrontado pela nossa Reportagem, o presidente do clube matolense, Sibusiso Simelane (Sibo), confirmou o facto. Mas fala de três meses de salários em atraso e prometeu a solução do problema a breve trecho. Quanto a prémios de jogos, Simelane disse que as bonificações ou remunerações previstas são somente referentes à “Poule” de Apuramento ao Moçambola-2025 e que as mesmas serão pagas proximamente, depois de alguns acordos que serão celebrados com algumas empresas.
Disse ainda que algumas micro-empresas que apoiavam o clube deixaram de o fazer desde que eclodiram as manifestações pós-eleitorais, que paralisaram parcialmente a economia do país. Ajuntou que as receitas que vêm de aluguer de parte das instalações do clube (lojas) são bastante ínfimas, ou seja, apenas servem para resolver as despesas correntes. O clube vive, segundo explicou, de contribuições de singulares e de pequenas empresas na Matola, mas que neste momento estão limitadas, devido à paralisação de actividades por conta das manifestações.
“As poucas pequenas empresas que nos têm apoiado ficaram afectadas pelas manifestações. Eu mesmo tenho carros que alugo às empresas em Tete e Nampula, mas neste momento estão em dificuldades de pagar, porque foram afectadas pelas manifestações”, contou, realçando que tem por vezes recorrido a fundos próprios para resolver os problemas do clube, numa altura em que o Desportivo da Matola não tem um patrocinador oficial, ou seja, uma empresa robusta capaz de suportar as actividades da colectividade.