Falar de Gil Guiamba é recordar um dos mais dotados avançados que alguma vez passaram pelos relvados moçambicanos. Com a sua arte e classe encantou os adeptos do futebol nacional e não só, tanto ao serviço do Nova Aliança de Maputo, de Botelho de Melo, bem como do Costa do Sol, de Martinho de Almeida, do Estrela Vermalha, de Martin Skaba e, em última instância, da Selecção Nacional, onde Ramalhito escancarrou-lhe as portas.
Ainda no Nova Aliança, Gil, o garoto de Minkadjuíne, já dava indicações sobre o furacão que vinha aí. O tempo tratou de confirmar as previsões. O avançado explodiu no Costa do Sol, onde entra em 1977, convidado por Martinho de Almeida. Guiamba potenciou a sua capacidade de drible e de controlo de bola em velocidade, com abrandamentos e arranques repentinos e intermitentes. E, acima de tudo, era um excelente rematador. Esses comportamentos desconcertantes tanto podiam acontecer nos extremos, assim como na zona central do terreno, o que tornava Gil Guiamba mais perigoso, imprevisível e letal.
Graças às suas excepcionais qualidades levantou plateias em variadíssimos estádios de futebol, com golos para todos os gostos e feitios. Na Selecção Nacional assinou 22 internacionalizações e continua no top 10 dos melhores marcadores, com 11 golos, marca alcançada no ano passado por Geny Catamo. E o seu melhor golo de sempre foi apontado no dia 3 de Abril de 1983, uma obra de arte que o público que acorreu ao Estádio da Machava teve o privilégio de testemunhar. Era o segundo dos históricos 3-0 contra os Camarões de Theofile Abega, Ndjeya, Djonkep, Ebongé e companhia.
É este mastodonte que inspira os rabiscos que se seguem.