Em outros tempos, clubes como o Desportivo de Maputo, Académica, Têxtil do Púnguè e Cessel de Luabo praticavam um futebol híbrido, baseado em trocas de bola de pé para pé, com a bola sempre rente à relva e com velocidade à mistura. Era designado “futebol associativo”, ou “entusiástico”.
Mesmo com vários jogadores de elevada técnica, o Ferroviário de Maputo preferia o futebol directo, de grande pujança física dos jogadores, desenvolvendo o futebol “entusiástico” em certos momentos do jogo, mas sobretudo impunha-se o pragmatismo.
O Sporting, que mais tarde passou a chamar-se Maxaquene, como nos dias que correm, exibia-se entre o “híbrido” e o directo, dependendo da qualidade técnica dos seus jogadores. Também o Benfica de Lourenço Marques, hoje Costa do Sol, passou por um futebol entusiástico, mas encontrou com Martinho de Almeida um perfil próprio.
Tinha jogadores munidos de técnica apurada, mas o técnico preferia jogadores robustos, resistentes e práticos. Para estabelecer as suas ideias, implementou o “método MARSIA”, nome baseado na sua identificação: Martinho da Silva Almeida. Este foi criado como forma de dar resistência física nos seus jogadores, acabando por ser, em largo período, superior e feliz que os seus oponentes.
Esse perfil do Costa do Sol “sedimentou-se” e os treinadores que se seguiram não usaram métodos muito diferentes, mas aprimoraram este e aquele aspecto que foram determinantes em certo período.
Era com estes estilos referidos que eram contratados os jogadores em Moçambique, antes e um pouco depois da independência.