Da Covilhã, com 27 anos, Semedo deu um salto para o Marítimo. “Olha que recebi um convite do Benfica para regressar, mas recusei-me por vários motivos. Não queria regressar para de novo ser cedido, porque havia essa estigmatização, até porque continuava na condição de estrangeiro. “Preferi ir para o Marítimo. Tive um contrato fantástico, que claramente não ganharia no Benfica. Fiquei quatro épocas a jogar com jogadores doutros quilates, incluindo incluindo estrangeiros como os brasileiros Vando e Serginho”.
Fez épocas valentes no Marítimo. “Deixei nome na Madeira e em Portugal. Dizer isto pode parecer presunçoso e talvez revelar alguma imodéstia, mas com a idade que tenho não preciso de dizer isto para enaltecer a minha imagem. Facto é que deixei uma marca no futebol português. Não é por acaso que alguns treinadores da época incluíram o meu nome dentre os jogadores mais importantes do futebol português na época. Aliás, alguns moçambicanos que passaram pelo Marítimo tiveram o ensejo de confirmar o que estou a dizer agora”.
É importante lembrar que quando chegou a Portugal, Semedo perdeu uma grande oportunidade de jogar no Sevilha, porque o interesse dos espanhóis foi contrariado pelo surgimento do brasileiro Pintinha, que acabou sendo opção, muito por conta na nacionalidade.
“Infelizmente, seremos sempre escrutinados da pior maneira. Isso tem a ver com a hierarquia desportiva dos países e com o poder institucional dos mesmos, bem como a sua representatividade no panorama futebolístico internacional”.