A idade dos futebolistas moçambicanos, sobretudo, é quase sempre uma incógnita, dada a diferença entre a idade biológica e a cronológica. Ou seja, a idade referente ao momento que nascem e à atribuída mormente pelos dirigentes, possibilitando a estes de jogar mais anos num determinado escalão. No entanto, com o passar do tempo, alguns desses jogadores adoptam formalmente a idade falsa, inserindo na sua documentação.
Em alguns casos, certos jogadores, ainda tidos como promessas ou a emergir, quando já galgam a “idade da curva” começam a sentir dificuldades precocemente, o que lhes tira ao seu organismo a possibilidade de obedecer as exigências do treino rigoroso e reformam cedo.
Ainda que mergulhados na dúvida sobre a idade real dos futebolistas, não deixamos de saudar a longevidade de alguns deles na carreira, lembrando que Magaba e Rúben Pamara jogaram até aos 43 anos, e Nasser Carimo (Nelinho), por seu turno, fez os últimos jogos aos 41 anos.
VICTOR E MIOCHE COMPLETAM 43 ANOS IDADE
Realçar que o guarda-redes Victor Timana completou 43 anos de idade a 19 de Janeiro. Não faz parte do grupo que vai representar a Associação Desportiva de Vilankulo na presente temporada e, presentemente, não é conhecido o seu destino. Se tiver de prosseguir com a sua carreira será um dos mais velhos a competir, a par de Chico Mioche que, a 10 de Julho, também faz 43 anos.
No entanto, Mioche, que representou os “canarinhos” até o final da época de 2024, não assume esta como a sua idade verdadeira.
Há nesta lista de “senhor de quarenta” e tais um outro jogador e dos mais sonantes do futebol moçambicano que responde pelo nome de Elias Pelembe, que a tribo do futebol prefere chamar simplesmente por Dominguez.
O eterno “puto maravilha” completa 42 anos de idade a 13 de Novembro, em representação da candidata, a todas as provas, União Desportiva do Songo. Na altura do seu aniversário, a época futebolística estará a correr para o fim, ficando ainda dúvida se o “maestro” irá ou não arriscar mais uma ou mais épocas. Em termos de resiliência, Dominguez é um exemplo nato, até porque jogando pelos “hidroeléctricos”, sem sentir o verdadeiro peso da idade, foi um dos melhores, se não melhor jogador da equipa.
A sua carreira atingiu o pico quando evoluiu na África do Sul, passando por clubes como Supersport United, Mamelodi Sundowns, Bidvest, depois de vendido pelo Grupo Desportivo de Maputo.
O médio Saddam Guambe, tratado também por Kito, que faz 41 anos de idade a 25 de Maio, é esperado este ano no Ferroviário de Nacala.
Foi, lembre-se, um dos elementos determinantes para a ponta final protagonizada pelo Maxaquene na “segundona”, exibições que, infelizmente, não foram premiadas, por não ter conseguido a qualificação para o Moçambola-2025 dos “tricolores”, que caíram aos pés do Incomáti, perdendo o acesso à finalíssima.
A sua trajectória situou-se sempre num plano digno de realce, atingindo o patamar dos eleitos às convocatórias dos “Mambas”. Mas é preciso destacar que jogou pelo Maxaquene, Liga Desportiva de Maputo, Costa do Sol, Ferroviário de Maputo, saído da formação do Estrela Vermelha de Maputo. Nos últimos anos, “capitaneou” os “locomotivas”, sendo uma das melhores unidades no comando do balneário e dentro das quatro linhas.
Por seu turno, o guarda-redes Joaquim Tsambe, a completar 41 anos a 25 de Março, deixa o Costa do Sol, onde foi titular na maioria das partidas do ano passado, chegando a ser distinguido como “keeper” menos batido da primeira volta do Moçambola. As suas exibições não foram suficientes para convencer a “malta do MaTchiki-Tchiki” para renovar o contrato e segue, de novo, a Lichinga para defender o emblema “locomotiva” daquela região.
Espera-se que Joaquim, mantendo os mesmos níveis exibicionais, possa jogar por mais dois anos. Aliás, falam os entendidos que na posição de baliza ganha-se mais reflexos com a idade e maturidade. Que essa tendência o acompanhe.