O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo suspendeu, através de um despacho datado de 31 de Janeiro último, a direcção do Grupo Desportivo 1.º de Maio, liderada por Inusso Ibraímo, por já estar fora de mandato com base na providência cautelar intentada não especificada contra o presidente do clube pelo sócio número 15 de nome Manuel Teófilo.
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Eleita em Janeiro de 2021 (tomou posse no dia 30 do mesmo mês), com base nos estatutos que datam desde 1960, que indicam para um mandato de um ano e renovável, Inusso Ibraímo prolongou ilegalmente o mandato (terminou no dia 30 de Janeiro de 2022) por mais três anos (cessou as funções através do presente despacho) e sobre uma gestão que Manuel Téofilo e o grupo de sócios, que sustentou a providência cautelar intentada contra Inusso Ibraímo consideram intransparente e danosa.
O tribunal concluiu que os estatutos alegadamente actualizados em assembleia havida em Outubro de 2021, em conformidade com a actual Lei do Desporto, que prevê quatro anos de mandato, não tem validade, porque ainda não foram homologados, daí não constarem no Boletim da República.
É a esses estatutos que Inusso Ibraimo se apegou para justificar a sua permanência no cargo até à sua suspensão com o recente despacho do tribunal. Aliás, uma vez revistos e homologados os novos estatutos, seria imperiosa a realização de uma nova assembleia eleitoral para legitimar a direcção escolhida com base do novo código normativo do clube.
Portanto, é com base nestes e outros factos que a nona sessão do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo ordenou, para além de suspensão imediata de Inusso Ibraímo como presidente do 1.º de Maio, a nomeação de uma Comissão de Gestão temporária até à realização das eleições de acordo com o estauto de 1960, que se encontra até então em vigor.