ESTÁ iminente o novo anúncio de desistência do Brera Tchumene do Moçambola-2025 e da actividade desportiva no seu todo por razões de índole financeira que começaram com o abandono do projecto por parte dos italianos da Brera Holdings, há cerca de três semanas.

Segundo uma fonte da direcção do Brera, muito provavelmente hoje o clube vai comunicar oficialmente à Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Liga Moçambicana de Futebol (FMF) e Associação Provincial de Futebol de Maputo (APFM) da sua desistência, depois de há sensivelmente duas semanas ter feito a filiação e posterior submissão de documentos para o licenciamento do clube para o Moçambola, num claro sinal de reanimação.
É mais um balde de água fria para os “nero-verdis” que após romperem com os italianos ensaiaram uma desistência, mas logo depois chegaram a um acordo com um grupo de investidores nacionais e estrangeiros para salvar o “barco”, recuando da decisão inicialmente tomada.
Com esse acordo, o clube correu para a filiação na APFM e para o licenciamento junto da FMF, para além de contratar um treinador, Sebastião Sitói, numa clara corrida contra o relógio já que a preparação da nova época está extremamente atrasada.
Só que os novos investidores, segundo a fonte que temos vindo a citar, volvidas duas semanas, ainda não moveram palha, nem um centavo transferiram aos cofres do emblema de Tchumene e a justificação da “seca” é pouco convincente, o que está a gerar desconfiança e desconforto com a parceria que a cada dia parece inviável.
A equipa devia ter aberto as “oficinas” na quarta-feira da semana passada, mas por falta de fundos para arrendamento do campo, pagamento de pendentes do ano passado e contratação doutros serviços, adiou o arranque para esta semana, mas sem datas.
Para além disso, o Brera ainda não pagou o salário de Janeiro a todos os jogadores que ainda têm contratos em dia, para além dos trabalhadores. Alguns atletas contactados pelo “Notícias” condicionam a presença nos treinos ao pagamento de salário de Janeiro, para além de prémios do ano passado.
O clube deve três prémios de jogo do Moçambola-2024, um valor que tem sido há meses reivindicado pelos atletas, que até chegaram a estar em rota de colisão com o antigo director-geral, o brasileiro Vasco Imparato, que geria o quotidiano do clube.
Se efectivamente o Brera Tchumene fechar portas haverá consequências negativas para o Moçambola-2025 que, teria de ser disputado por um número ímpar (13) de clubes, pois o que seria repescado não teria tempo suficiente para se licenciar junto da FMF, já que o processo de inscrição termina amanhã, 21 de Fevereiro, sem qualquer prorrogação, sendo condição “sine qua non” para a disputa do “Nacional” que arranca em finais de Março.
O clube de Tchumene, por outro lado, teria de indemnizar ou chegar a um acordo de rescisão amigável com todos os jogadores que ainda têm contratos, trabalhadores e o treinador Sebastião Sitói.
Entretanto, as indemnizações não serão massivas pois boa parte dos jogadores que tem contratos está a regressar a Black Bulls, clube de origem de 95 por cento do plantel do Brera.