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EDITORIAL

A BALALAICA QUE NOS FAZ FALTA…

Mais do que o seu jogo solene e cerimonioso, pachorrento mesmo, é da balalaica de Mário Esteves Coluna que o país agora mais precisa, sobretudo neste momento em que praticamente se multiplicam as pândegas colectivas associadas às manifestações de “tuta-e-meia”. 

Hoje completam-se os 11 anos sobre a morte de Coluna, muito provavelmente haverá um protesto, algures numa estrada qualquer, num distrito vago em nenhures, ou até num lugar mais preciso, em Magude, onde o “Monstro Sagrado” nasceu a 6 de Agosto de 1935.     

Esta similitude tem, agora, muitos motivos para ser cortejada por todos quanto se desesperam, ora protegidos pelo anonimato, ora expostos pelos deveres da cidadania, como alguns se afoitam – com todos os riscos associados à baderna – e como certamente o faria Mário Esteves Coluna.

Por conseguinte, a balalaica que Coluna vestiu, mais do que uma indumentária, foi um traje de cidadania, de moçambicanidade, e dela nem precisava ostentar para reivindicar o seu prédio; sequer reclamar a sua primeira condição de deputado da Assembleia Popular, ou exigir a Ordem Eduardo Mondlane e todas as outras medalhas de mérito que lhe espetaram no peito.

Mário Coluna trocou o “evening dress” dos cavalheiros ingleses por uma antiquada balalaica revolucionária quando decidiu voltar para Moçambique. E isto é tudo quanto não temos de memória de um homem que amou o país mais do que o conforto da gravata preta…

Decididamente, a balalaica de Coluna vai continuar a fazer-nos falta!

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