O CAMPEÃO regional será conhecido hoje, dia reservado às finais do Campeonato Africano de Boxe da Zona IV, prova que decorre no Pavilhão do Estrela Vermelha, em Maputo.
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A Selecção Nacional, já com maior número de finalistas, surge na “pole-position” para a revalidação do ceptro conquistado há três anos, também em Maputo.
Depois de algum aperto na véspera, provocado sobretudo pelo Lesotho, que se apresenta com uma equipa aguerrida, ontem Moçambique conseguiu lançar mais três atletas para as finais de hoje, o que lhe coloca com meio-caminho andado rumo a mais um título.
Manuel Pedro, André Paulo e Benilde Macarigue saíram vitoriosos, enquanto Lucas Silva e Manuel Victor foram os perdedores, sendo que este último sucumbiu perante um adversário nacional.
Num combate intenso e equilibrado, Manuel Pedro, na categoria dos 51-54kg, fez questão de somar a primeira vitória de Moçambique na noite de ontem.
O jovem atleta ganhou a Robbin Modise, do Botswana, por decisão dividida dos juízes, ou seja, por 3-2, apurando-se para a final. Na sua estreia, Manuel Pedro já garantiu, no mínimo, medalha de prata neste “Regional”.
Lucas Silva, da divisão dos 46-48kg, foi o primeiro moçambicano a entrar em cena, tendo perdido diante do tswana Kobamelo Molathegi, por 5-0.
Lucas ainda tentou dar o ar da sua graça, mas faltou-lhe estofo e experiência nesta que foi a sua estreia absoluta em competições internacionais.
No único combate femi-nino, mesmo a fechar a noite, Benilde Macarigue derrotou Rapelang Maselela, do Leso-tho, por 5-0, na divisão dos 54-57kg.
A competição, refira-se, é manchada pela ausência mas-siva das selecções tradicionalmente assíduas, como África do Sul, Zâmbia, Angola, Namí-bia, Maurícias, para além das Comores e Malawi, que participam de forma intermitente.
Com efeito, até ao momento Moçambique, Eswatini e Lesotho, em masculinos, é que estão em bom plano para a conquista do título.
Já em femininos o favoritismo vai todo para o nosso país, não só pelo facto de endossar mais atletas, mas também pelo seu estatuto na região. Entretanto, por falta de adversárias na sua categoria, a renomada Alcinda dos Santos, a mais badalada pugilista moçambicana da actualidade, não entrará em cena nesta prova.
É uma grande nódoa, em parte provocada pela ausência da África do Sul, que geralmente leva um bom número de atletas femininos para este tipo de provas.
A pugilista perde também oportunidade de rodagem nesta que é a primeira competição de um ano, que se antevê bastante intenso.
Com as ausências massivas, apenas cinco países disputam a prova em Maputo, nomeadamente Moçambique, Botswana, Eswatini, Lesotho e Seychelles.
As finais de hoje iniciam às 16.00 horas e compreenderão um total de 15 combates em ambos os sexos.