A edição passada do Moçambola terminou em Outubro de 2024 e quase cinco meses depois não há data exacta e calendário para o campeonato seguinte, ou seja, referente ao presente ano.

Em jogos de azar ou apostas desportivas, certamente que a maioria perderia dinheiro se, em Outubro do ano passado, tivesse apostado que a 17 de Março de 2025 não seria ainda conhecida a data do início do Moçambola deste ano.
Esses apostadores perderiam avultadas somas de dinheiro, porque, de facto, é anormal que passado tanto tempo a Liga Moçambicana de Futebol (LMF) não tenha uma indicação de quando efectivamente a bola vai começar a rolar.
Para já, as explicações que nos chegam não são de todo estruturadas nem convincentes, mas apontam para a necessidade de firmar acordos de parceria com as empresas que habitualmente suportam o campeonato e também para as dificuldades que as Linhas Aéreas de Moçambique têm para transportar as delegações jornada após jornada.
As LAM continuam em processo de reinvenção e recuperação económica, num contexto que não dispõem de aviões suficientes para responder à demanda, o que, por si só, é um desafio para a organização do Moçambola.
Aliás, as dificuldades de viabilizar o transporte aéreo para o Moçambola não são de hoje e nos últimos anos agravaram-se, condicionando sobremaneira a calendarização do Campeonato Nacional. Foi neste contexto que nas últimas edições vimos a direcção executiva da Liga Moçambicanos de Futebol a marcar, adiar e remarcar jogos frequentemente, havendo alguns que se realizaram às segundas e terças-feiras até em horários pouco comuns na nossa cultura futebolística.
Estas dificuldades persistem e sendo o Moçambola uma prova nacional de todos contra todos, em duas voltas, é de esperar que a LMF se familiarize com a situação e em função disso defina anualmente um calendário indicativo para a realização do campeonato, consultada, obviamente, toda estrutura financiadora da prova.
O Moçambola cresceu muito e tornou-se uma prova de prestígio nacional e internacional, pelo que já não fica bem não se saber sequer quando vai começar ou terminar a sua disputa.
Ademais, esta incerteza desequilibra os clubes participantes e os respectivos treinadores, que se vêem à nora para preparar as suas equipas sem ter indicações do calendário do campeonato.
A data (29 de Março) inicialmente indicada influenciou os treinadores a realizarem determinadas etapas de preparação que agora serão revistas, porque não se sabe quando é que efectivamente o campeonato vai iniciar.
As equipas programam estágios, jogos de controlo e contratações até determinada data e agora são informadas que a data do início do campeonato será anunciada quando as condições estiverem criadas.
Outra incerteza gigante é a indefinição relativamente à décima quarta equipa que vai disputar a prova, na sequência da desistência do Brera Tchumene.
A Federação Moçambicana de Futebol decidiu convidar os clubes Incomáti, Matchedje de Mocuba, Textáfrica do Chimoio e Sporting de Nampula para realizarem o licenciamento tendo em vista o Moçambola.
O Textáfrica, tendo sido o primeiro convidado por ter terminado o campeonato passado em último lugar e único despromovido, está convencido de que reúne as condições exigidas e aguarda somente a confirmação da FMF.
Mas também aguardam resposta da FMF outros clubes, que igualmente iniciaram com o processo de licenciamento exigido.
Se os prémios HCB Moçambola vieram para aumentar maior interesse e prestígio ao campeonato, estas incertezas vão em sentido contrário e não dignificam todos os agentes desportivos, incluindo jornalistas que um dia anunciam uma data e noutro devem anunciar a indefinição por conta de acordos a serem celebrados entre a LMF e seus parceiros.
A expectativa é de que a LMF anuncie o mais breve possível a data da assembleia-geral ordinária, sorteio e início do campeonato.