Com o basquetebol a ganhar novo fôlego na capital, Sérgio Pereira Hitié, eleito a 13 de Fevereiro por unanimidade, assumiu a presidência da Associação de Basquetebol da Cidade de Maputo (ABCM), num processo eleitoral sem concorrência. A sua eleição simboliza uma aposta decisiva na renovação da modalidade, que já se observa em sinais de ressurgimento e fortalecimento dos núcleos e equipas desportivas na cidade.

Hitié, que esteve à frente da Comissão de Gestão durante os dois últimos anos, apresenta agora um ambicioso mandato para 2025-2028. O seu plano passa pela criação de uma segunda liga para a iniciação, pelo reforço das camadas de formação e pela massificação do basquetebol, desde as escolas até aos bairros, com o objectivo de tornar o desporto mais competitivo, tanto a nível da capital, como nacional.
PROCESSO ELEITORAL
“Fui eleito por unanimidade, mas esta questão deveu-se ao facto de termos lista única, e nós contávamos pelo menos com mais uma candidatura, não houve, e isso iria materializar aquilo que se chama democracia, para haver um poder de escolha. Tendo mostrado o nosso plano, achávamos que havia de existir alguém ou outra candidatura, mas nesta situação nós acreditamos que fomos escolhidos por acharem que somos a lista certa para dirigir a ABCM”.
Sérgio Pereira Hitié explica ainda que a eleição ocorreu num momento em que a Comissão de Gestão, que vinha a gerir a modalidade há dois anos, já não conseguia garantir a unidade necessária. “Entrámos em 2023 – acho que foi em Abril ou Maio – para gerir o ano, e em 2024 fizemos o ano inteiro, com o início da época em Março, e seguimos até ao fim de 2024. Já não poderíamos continuar como Comissão de Gestão, por isso foram convocadas as eleições, para que o processo fosse legal. Hoje, estamos aqui como a nova direcção da ABCM, constituída por 11 membros, três vice-presidentes e cinco jogadores (praticamente oito jogadores de basquetebol, cada um na sua área)”.
II LIGA EM INICIADOS
Hitié prossegue: “aquilo que são as nossas directrizes para o ano de 2025, ou para este mandato, não foram, fundamentalmente, os planos de actividades da Comissão de Gestão. Queremos trazer de volta aquilo que é o basquetebol – ou que foi o “basket” – a nível da cidade de Maputo, ajudar as selecções a terem melhores jogadores para as competições internacionais e também trabalhar na base, isto é, na iniciação do basquetebol, que vai fortificar, obviamente, o topo.”
O dirigente revela ainda que um dos projectos centrais é apostar fortemente na iniciação, criando uma II Liga com custos reduzidos. “Desde que entramos na associação, notámos que esta camada estava quase esquecida. Existem muitas equipas, núcleos e academias que, por questões financeiras – como os altos custos de taxas, inscrições e filiação – não conseguem competir na I Liga. A nossa ideia é criar uma II, onde os custos serão muito mais baixos, permitindo que estes clubes também possam competir e evoluir ao longo do ano, organizando-se melhor para, futuramente, ingressar na Liga principal”.
“A nível da iniciação, este é o nosso trabalho”, afirma Hitié. “Queremos que os vários clubes e núcleos, mesmo os que têm capacidade financeira limitada, não fiquem parados. É fundamental que se realizem actividades de forma regular, mantendo os atletas em constante actividade”.