Alguns clubes não estão a pagar os salários devidamente, alegando que não há receita para fazer face às despesas. O presidente do Sindicato dos Jogadores, António Gravata (Tony), considerada que a LMF não deve ser responsabilizada por este aspecto. “Os clubes estão cientes de que devem honrar os seus compromissos com os jogadores. Seria demasiadamente penoso colocar a LMF como culpada por isso, alegando que não há competições. Mas é evidente que há clubes, sobretudo, os de fora de Maputo, que sobrevivem à base de bilheteira e quando não há jogos fica difícil pôr cobro à situação”.

Tony salienta que os jogadores estão psicologicamente desgastados.
“Eles tiveram um defeso muito longo e no regresso às actividades perspectivavam começar a competição num período, traçando as suas metas colectivas e individuais. Não se efectivando, frustram-se e pode-se comprometer o seu desempenho num certo período da época”.
O nosso interlocutor afirmou que não se deve atirar a responsabilidade do início tardio do campeonato à LMF, defendendo que “todos sabemos que o adiamento é decorrente da indisponibilidade de um parceiro da prova, mormente, para as deslocações das equipas”, disse, alertando, por outro lado, que “no entanto o intervalo de dois meses entre a data prevista e 17 de Maio pode trazer impactos negativos graves no que tange à entrada de novos patrocinadores”.
Na sua conversa com o desafio, apelou também à prudência na decisão de alterar o calendário, destacando que “há muitos factores que devem ser trazidos à discussão, levando-os à balança antes dessa opção”.
Os custos elevados da preparação da época fizeram igualmente parte da intervenção, referindo que “os clubes desembolsam valores monetários para um certo período de preparação e neste momento são obrigados a fazer uma nova ginástica para ir buscar mais dinheiro. É muito pesado”.