O Torneio 7 de Abril, em boxe, que decorreu entre sábado e domingo no recinto do Estádio Nacional do Zimpeto, não só serviu para homenagear a mulher, mas, acima de tudo, deixar a nu a sua valência e resiliência em actividades que são historicamente masculinas.

Mais do que resultados, as protagonistas mostraram e justificaram com todos os argumentos porque razão Moçambique é hoje uma potência internacional do boxe feminino, com lutas renhidas e animadas que deixaram o público que acorreu ao “Zimpeto” deslumbrado.
Benilde Macarigue e Camila Camilo, dos 57kg, protagonizaram o combate do dia, a fazer jus ao Dia da Mulher Moçambicana que hoje se assinala em todo o país.
Benilde venceu por 3-0, mas no ringue, apesar de algum desnível, sentiu muitas dificuldades, sobretudo nos dois primeiros assaltos, antes da exaustão da adversária.
Na divisão dos 64kg, Latifa Camilo não deixou os seus créditos em mãos alheias, ao derrotar Nélia Rafael por 3-0.
Ambas as pugilistas são da Academia Lucas Sinóia. Nélia teve imensas dificuldades em aguentar as investidas de Latifa, ela que tem vindo a amadurecer com participações regulares em provas nacionais e regionais.
Nos 81kg, Rabia José foi mais forte em relação a Sara Bene, com vitória por K.O no decurso do terceiro assalto.
ALGUM DESNÍVEL
EM MASCULINOS
Em masculinos houve tudo um pouco, com algumas lutas renhidas e outras desniveladas, terminando em desistências.
Na categoria dos 54kg, num combate intenso, Manuel Paulo, do Ferroviário, derrotou Lucas Sílvia, do Matchedje, por 3-2.
Nos 63.6kg, Efraime Guambe, do Ferroviário, venceu Damião Jr., do Matchedje, por abandono do ringue deste no decurso do terceiro assalto.
Em novo duelo entre “locomotivas” e “militares”, Wagner Oliveira, do Ferroviário, sobressaiu perante Ivo Gonçalves, do Matchedje, na divisão dos 57kg.
Vitória incontestável do atleta “verde e branco” por claros 3-0, decisão unânime dos juízes.
Nos 60kg, Rachide Comé salvou a honra dos “militares” diante dos “locomotivas”, ao derrotar Sérgio Xavier por 3-0.
Na categoria dos 67kg, o internacional Lázaro Comé, da Academia Nhiuane, superou Afonso Machavane, do Ferroviário, por 3-0. Foi um combate que teve sempre sentido único.
No que diz respeito à divisão dos 71kg, Young Bazima, da Academia Nhiuane, despachou Fernando Machanguana, da Academia Pich. Fernando teve de desistir do combate, por incapacidade física, ainda no primeiro assalto.
Quem também não teve problemas para sair vencedor foi Abdul Machel, da Força Jovem, que obrigou Matias Nhampingane a abandonar o ringue no segundo assalto, para a divisão dos 75kg.
O certame foi organizado pela Associação de Boxe da Cidade de Maputo, tendo contado com a presença de mais de 60 pugilistas de ambos os sexos e visava assinalar o Dia da Mulher Moçambicana, que se celebra hoje no país.
Fizeram parte o Matchedje, Ferroviário, Estrela Vermelha, Academias Mara Pich, Lucas Sinóia, Nhiuane e Watch António.
Vale salientar o regresso ao boxe por parte do Estrela Vermelha, depois de alguns anos fora do “combate”. Trata-se de um clube que já foi várias vezes campeão nacional, tendo também produzido pugilistas renomados.