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Alteração do calendário competitivo longe do consenso
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MUDANÇA DA ÉPOCA CONTINUA UMA MIRAGEM

Muito se fala, tanto se discute, mas no fim do dia nunca há avanços dignos de apreço e, ao que tudo indica, quem tem o martelo pouco se importa com esta questão que “tortura” bastante os clubes, sobretudo os do topo.

A mudança da época desportiva voltou a merecer especial atenção na assembleia-geral da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), organismo que rege o Moçambola, que teve lugar na semana passada em Maputo, com o clubes a defenderem que é já sem tempo, enquanto a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) advoga uma maior ponderação e envolvimento doutros “stakeholders” a nível da base.

Entre os prós e contras, os mais audíveis argumentos tem que ver com o desfasamento do nosso calendário com o resto do mundo, o que é logicamente prejudicial nas provas internacionais, e as questões climáticas, respectivamente.

O presidente da FMF, Feizal Sidat, diz que a mudança do calendário competitivo não pode ser pensado apenas na perspectiva do Moçambola, mas sim numa dimensão holística, isto é, deve englobar as associações provinciais, pois estas é que são os verdadeiros fazedores do futebol, com vários filiados que no conjunto são a maioria.

“Futebol não é só Moçambola. Para a mudança da época devem trazer propostas concretas, mas é preciso pensar no global, não apenas a nível dos filiados da LMF. As associações provinciais devem ser tidas em conta”, elucidou Sidat.

A época desportiva em Moçambique começa em Novembro de um ano e termina em Outubro doutro, enquanto na maioria dos países africanos e do mundo esta arranca em Agosto e e arrasta-se até Maio do ano seguinte.

Esta situação, apontam os clubes, concorre para o fraco desempenho das equipas nacionais nas competições africanas, das selecções nacionais nas provas internacionais, para além de comprometer as possíveis transferências dos jogadores para o estrangeiro.

“Estamos em contra-mão, em pirâmide invertida. A nossa época desportiva está desfasada do contexto global actual e isso prejudica o nosso futebol. Os nossos clubes têm mais dificuldades nas Afrotaças, a as selecções são também prejudicadas e é quase impossível colocar jogadores no mercado com este tipo de calendário”, enumerou Jeremias da Costa, vice-presidente do Costa do Sol, secundado pelo presidente da Black Bulls, Junaide Lalgy.

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Foi fundado no dia 24 de Junho de 1987 como presente da Sociedade do Notícias aos desportistas por ocasião dos 12 anos de Independência Nacional, que se assinalaram nesse mesmo ano.